Selecção de porta-enxertos

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O porta-enxerto, introduzido na viticultura para evitar os efeitos da filoxera nas raízes da V. vinifera, constitui a parte da planta que medeia as necessidades da parte aérea da planta com o solo. A selecção dos genótipos com função de porta-enxertos é feita essencialmente com base na tolerância manifestada aos ataques de filoxera e só depois são avaliados os diferentes comportamentos de maior ou menor tolerância às tensões abióticas, tais como a melhor capacidade de vegetar em condições desfavoráveis de pH do solo, a presença de carbonato de cálcio, a eficiência de absorção de nutrientes e a gestão da água disponível no solo.

Uma opção de adaptação às alterações climáticas é a escolha de porta-enxertos seleccionados pela sua tolerância à seca. Esta escolha determina o desenvolvimento da planta, a qualidade e o volume da colheita. É determinada (1):
  • Pelo nível de calcário activo na parcela (resistência à clorose)
  • Pelo regime hídrico da parcela (sistema radicular adaptado ao risco de seca)
  • Pela profundidade do solo (volume de solo colonizado pelo sistema radicular)
  • Pelo vigor do porta-enxerto (objectivos de qualidade e rendimento do enólogo)
  • Pela maturação precoce (define a velocidade de amadurecimento da uva)
     
     
     
     

 

 

Em relação ao stress hídrico, existem dois comportamentos fisiológicos dos genótipos, um de tipo conservador (quando a água é limitada, os estomas fecham e a fotossíntese não está activa) e o segundo de tipo adaptativo (o genótipo é capaz de modificar a abertura dos estomas de acordo com a água disponível e capaz de realizar actividade fotossintética).
Outro factor importante é o ângulo geotrópico das raízes, ângulos mais elevados levam as raízes a permanecerem mais superficiais em áreas do solo com menor disponibilidade de água, enquanto as de menor ângulo geotrópico conduzem as raízes para mais perto da projecção do caule, em profundidade, explorando áreas do terreno com maior disponibilidade de água.
 
Hoje em dia, os porta-enxertos disponíveis podem distinguir-se pelos seus diferentes comportamentos, com os híbridos V. Rupestris X V. Berlandieri mais adequados para áreas de seca, enquanto que nos novos genótipos, o porta-enxerto M4 (41 B X Rassenguier 1, V. berlandieri) é particularmente adequado para situações de stress hídrico.
O porta-enxerto tem a vantagem de ser muito menos regulado na sua utilização pelos viticultores do que as castas: a casta cumpre frequentemente uma especificação de denominação e uma exigência de tipicidade.
 

  1. Techniloire - Bien choisir son porte-greffe. https://techniloire.com/sites/default/files/fiche_choisir_son_porte_greffe.pdf

Davide Bianchi, Daniele Grossi, Giovambattista Simone Di Lorenzo, Yang Zi Ying, Laura Rustioni, Lucio Brancadoro. Phenotyping of the “G series” Vitis hybrids: First screening of the mineral composition, Scientia Horticulturae, Volume 264, 2020, 109155, ISSN 0304-4238, https://doi.org/10.1016/j.scienta.2019.109155

Davide Bianchi, Daniele Grossi, Davide T.G. Tincani, Giovambattista Simone Di Lorenzo, Lucio Brancadoro, Laura Rustioni, Multi-parameter characterization of water stress tolerance in Vitis hybrids for new rootstock selection, Plant Physiology and Biochemistry, Volume 132, 2018, Pages 333-340, ISSN 0981-9428, https://doi.org/10.1016/j.plaphy.2018.09.018.

I Portinnesti della serie M e la risposta della vite al cambio climatico  https://fondazionebanfi.it/php/dl.php?id=341&md=2792 

 

 


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